segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

LANÇA


Há no meu corpo nu uma infinidade de caminhos
Curvas já não tão fechadas,retas já não tão longas e janelas
cujas paisagens se acumulam como um álbum de fotos partidas

Há no meu corpo nu uma infinidade de histórias
algumas longínquas como o papel que o tempo amarela e
outras tão frescas que ainda sangram

No meu corpo nu há toda a força e toda a fragilidade que o universo derrama
intacto e completamente diferente,meu corpo nu me atravessa no espelho
me conta lembranças,me mostra atalhos,me ergue muros,me derruba portas 
e segue carregando minha alma.

sábado, 23 de maio de 2015

BACO

Das cordas onde vibram a minha dor,ecoam o silêncio
As brasas que me queimam os olhos,me congelam a alma
Dos passos dados, o quadro na parede
Dos gemidos,a fronha
Dos sorrisos,o adeus.
Um gesto
Um vento,
Tuas costas
Minha porta
A terra que seca,o pé que esfola
E o tempo que canta, numa infinita roda de fiar,
o som mudo dos meus demônios a dançar.



quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

"DEIXA PRA LÁ"



Com que canto me encantas
Com que olhos me vigia,... olhos de fotografia
Com que maestria me arrastas ao precipício doce dos teus delírios
Ah se eu pudesse...
Se pudesse inerte me deixar levar...
Me afogar ...
Me perder de mim morando dentro de você.
Morrer de novo no abandono da vida
A língua, o livro, a boca, a cabeça girando
Droga maldita que vicia o gozo